sábado, 23 de outubro de 2010

Sociedade do Espetáculo - 23 de outubro de 2010


"A sociedade que repousa sobre a indústria moderna não é fortuitamente ou superficialmente espectacular, ela é fundamentalmente espectaculista. No espectáculo da imagem da economia reinante, o fim não é nada, o desenvolvimento é tudo. O espectáculo não quer chegar a outra coisa senão a si mesmo.
Na forma do indispensável adorno dos objectos hoje produzidos, na forma da exposição geral da racionalidade do sistema, e na forma de sector económico avançado que modela directamente uma multidão crescente de imagens-objectos, o espectáculo é a principal produção da sociedade actual."

Guy Debord, in 'A Sociedade do Espectáculo'


Obs.:dispensei comentário que introduzisse.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dos conflitos outros - 8 de outubro de 2010


Como pôde ser tão evidente e ninguém perceber que o problema não é de partido, sequer de alguma personalidade, mas pessoal... É algo distribuído em casa. Esse nosso desespero... a emergência... os problemas não cessarão em um mês. Na busca de alguma resposta ameaço tudo, eu também, como temente ao que me faz mal. Nenhum argumento que provém do embate está sem esse mal, os conflitos tem várias faces, e escondem que, uma vez em combate, não interessa mais o motivo, mas a vitória. Ninguém aqui vai ceder se em algum momento enxergar que queriam uma mesma coisa ambas as partes. O bom senso não é costume. Esse conflito sequer é pelas propostas. Se alguma mudança real viesse, ela seria muito mais tumultuada, e inclusive, menos vergonhosa.

"Tem-se o poder absoluto de se ser, sem obrigações. As obrigações obrigam porque há muita gente e nós estamos no meio dela. Dentro de nós não há mais ninguém. Só se deixamos a porta aberta e entram sem darmos conta. Dentro não há mais ninguém e então é que sim. Ser-se obrigado a ser-se - Solitária praia sem justificação. Sol nítido outra vez, a nuvem passou. Passa ao longe sobre as águas um voo tremulo de gaivota - ou é uma vela? um voo sacudido de borboleta. Pequena mancha branca, estremece ou estremeceram nela os meus olhos. Estremeço todo eu, quando me descubro, tão forte da reinvenção do mundo em mim, tão frágil da oposição do mundo a mim." Vergílio Ferreira in Nítido Nulo