sábado, 6 de dezembro de 2008

6 de dezembro de 2008


Como primeira apresentação do tema de hoje, a arte, trago essa frase:
"The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but having new eyes."(Marcel Proust)

Diria que uma boa proposta seja ver a arte como um diálogo entre o íntimo e a realidade, e pra isso cito Kant. Jean Lacoste diz em seu livro 'A filosofia da arte' que "Kant foi o primeiro que tentou superar a oposição entre a generalidade abstrata e o particular, entre o pensamento e a realidade." Quando Kant trata de generalidade abstrata e particular, ele trata de particular como algo na evidência do seu acontecimento, enquanto se faz, nada distante do que é a sua realidade própria. Cuidadosamente ele coloca o particular como a instância separada que nada tem a ver com seus itens a nao ser onde eles se estruturam esteticamente, a estética é o laço que pode ligar as duas coisas. A instância visada é aquela suspensa sobre o acontecer e que vai guiando como um contexto íntimo, solitário, como uma ordem identitária única... O pensamento já não pode de modo algum ser realidade propriamente dita. Seu encontro se dará por um intermediador: a arte, onde conversam os itens íntimos e os itens resgatados...

Quero começar com Agustina Bessa-Luís, que fala de uma forma poética da importância da arte, e verás como é mais convincente quando a coisa é artística, porque por certo já ouvires diversas vezes essas idéias, mas não expressas de forma tão bela. Continuo com Eça para tornar presente na consciência aquilo que a arte tem como fruto. Proust em seguida. A explicação que ele traz é ingenuamente brilhante! Parece-nos comum ao primeiro passo, depois é especial porque não se limita como as teorias, mas abre a experiência para tudo mais. Parece então que a arte é o diálogo dito mais acima, entre o particular e o (quem sabe) universal? A arte é fechada hoje com uma elocubração sobre o ofício de viver de Cesare Pavese.

O objetivo aqui foi demonstrar em passos curtos a experiência da arte através de diferentes olhares. Por isso peguei textos de diferentes artistas e dei a eles uma ordem! Ordem fundamentada na intenção do diálogo humano com o abstrato. Ainda há o que ser dito... Boa leitura.

Sávio

Um comentário:

Lorena disse...
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